A volta dos mortos-vivos, conhecida na versão original como “The Return of the Living Dead,” é um filme de terror lançado em 1985. A produção, sob a direção de Dan O’Bannon e com roteiro de John A. Russo, ganhou fama por sua atmosfera sinistra e efeitos especiais notáveis. Em uma era onde o terror zumbi estava em alta, “The Return of the Living Dead” trouxe à tona temas profundos e reflexões sobre a humanidade e a necessidade de profissionalismo.
O filme se insere num contexto onde a ciência e a indústria de armas de destruição em massa estavam em xeque. A história é ambientada em um acidente nuclear que desencadeia a ressurreição de cadáveres em zumbis letais. A narrativa é contada a partir de várias perspectivas, incluindo a de um grupo de soldados e um grupo de sobreviventes. A trama se desenrola em um hospital abandonado, onde os personagens buscam encontrar uma maneira de se defenderem dos zumbis.
O aspecto mais relevante do filme é a sua capacidade de explorar a necessidade de profissionalismo em tempos de crise. Em um mundo onde a normalidade se desintegra rapidamente, os personagens são forçados a tomar decisões difíceis e a se adaptarem a situações extremas. A trama é uma metáfora para a necessidade de profissionais capazes de lidar com cenários adversos e de garantir a sobrevivência coletiva.
A figura central do filme é o coronel Robert Kurtzman, interpretado por Don “The Wolfman” Schaffer. Kurtzman é um oficial militar que, apesar de sua posição hierárquica, demonstra um comportamento profissional e liderança eficaz. Ele é responsável por comandar os soldados e encontrar uma solução para o problema dos zumbis. Kurtzman não é perfeito, mas sua capacidade de manter a calma e tomar decisões baseadas em dados e análise é um exemplo de profissionalismo.
Os personagens secundários também são representativos da importância do profissionalismo. O Dr. Sam Stone, interpretado por David Emge, é um médico que se recusa a participar de uma campanha de desinfecção humana ilegal. Sua decisão de manter sua ética profissional e denunciar o coronel Kurtzman é um ato de coragem e responsabilidade. Stone é um exemplo de profissional que valoriza a vida humana acima de tudo.
A presença de zumbis no filme é um símbolo de desumanização e perda de valores. Os zumbis são descritos como cadáveres reanimados que não possuem pensamento ou empatia. Eles representam a pior face da humanidade, aquela que esquece os princípios éticos e se dedica unicamente à sobrevivência. A necessidade de profissionais no filme é evidente, pois são eles que têm a capacidade de manter a ordem e evitar que a desumanização se espalhe.
O enredo do filme também aborda a importância de ter uma equipe bem treinada e preparada para lidar com crises. Os soldados que participam da missão de desinfecção são apresentados como profissionais que, embora possuam habilidades bélicas, também possuem um senso de humanidade. Eles não são apenas instrumentos de destruição, mas indivíduos que têm suas próprias emoções e moral.
A cena em que os soldados são obrigados a desinfecionar as vítimas de raio-X, incluindo mulheres e crianças, é um exemplo dramático da necessidade de profissionalismo. A decisão de Kurtzman de realizar a desinfecção sem considerar as consequências humanas é uma ação desumana que contrasta com a postura profissional de Stone. Este episódio destaca a importância de profissionais que não se conformem com atos imorais, mesmo que sejam motivados por uma situação de emergência.
A temática do profissionalismo é reforçada pelas ações do Dr. Dan Galloway, interpretado por James “Jim” Hopper. Galloway é um cientista que desenvolve um método para destruir os zumbis sem causar danos adicionais. Sua decisão de não vender a fórmula para o coronel Kurtzman, que está disposto a utilizar qualquer meio para garantir sua sobrevivência, é um ato de profissionalismo que prioriza a ética e a humanidade.
“The Return of the Living Dead” é um filme que não apenas entretenimento, mas também uma reflexão sobre a necessidade de profissionalismo em tempos de crise. A história é uma metáfora para o mundo real, onde profissionais são essenciais para garantir a sobrevivência e a manutenção de valores humanos. O filme mostra que, mesmo em situações extremas, a ética e a profissionalismo devem ser mantidas, para que a humanidade não perca sua essência.